O bom e o vilão
Em 1886, Robert Louis Stevenson escreveu “O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde”. É uma história sobre duas personalidades antagónicas, que habitam na mesma pessoa: uma plena de bondade, outra cheia de maldade.
A ficção e a vida cruzam-se muitas vezes e hoje temos o nosso próprio Jekyll e Hyde — o plástico.
História do Plástico
Foi na segunda metade do século XIX que se conseguiu produzir de forma artificial aquilo que hoje conhecemos como plástico e já no século XX ganhou escala, a partir do petróleo.
O plástico faz parte das nossas vidas e nem se dá por ele; carros, roupa, televisores, smartphones, saúde: as próteses ou os pacemakers, por exemplo.
É barato, leve e fácil de produzir. Na indústria alimentar, o plástico garante excelentes condições de higiene e segurança, e há menos desperdício porque se consegue guardar comida de forma muito eficiente. Até aqui tudo bem.
Então, o que se passa?
O problema é que nem sempre nos apercebemos que o plástico foi concebido para durar. Um simples saco de plástico é usado em média durante 15 minutos, mesmo demorando centenas de anos a degradar-se.
E agora, não sabemos o que fazer aos milhares de milhões de toneladas já produzidas. Todos os anos, há mais 13 milhões de toneladas de plástico que vão parar aos oceanos. É o mesmo que despejar um camião cheio de plástico a cada minuto que passa.
Estamos a poluir o planeta. O plástico amontoa-se em lixeiras, esgotos, praias, ilhas no meio do mar. E a decomposição vai libertando microplásticos, tal como muitos cosméticos ou a roupa sintética.
O que são microplásticos?
Os microplásticos estão onde não os conseguimos ver a olho nu: no ar que respiramos, na água que bebemos, na chuva que alimenta os solos, no gelo polar. E entraram de diferentes formas na cadeia alimentar dos seres vivos, incluindo humanos. Os microplásticos que os peixes comerem acabam diretamente nos nossos pratos. E as consequências são imprevisíveis. É por isso urgente mudarmos a nossa atitude.