12 mitos sobre reciclagem, agora esclarecidos
Para muitas pessoas, fazer a reciclagem é uma ação tão comum como lavar a loiça ou beber um café. Para outras, persistem as dúvidas sobre como deve ser feita a separação das embalagens e qual a sua importância. Vamos esclarecer alguns dos mitos sobre reciclagem mais frequentes.
“Fazem a reciclagem?”
Enquanto cai a noite sobre a cidade, acendem-se as luzes nas janelas dos vários prédios contíguos. Uma delas deixa ver a cozinha de um apartamento, onde um grupo de amigos mete a conversa em dia e prepara o jantar. Várias embalagens vazias de polpa de tomate e de cogumelos – ingredientes essenciais à bolonhesa que, em breve, estará no prato – cobrem a bancada. Para adiantar a tarefa das limpezas, um dos convidados prontifica-se a colocá-las no lixo e dirige uma pergunta aos anfitriões que deixa o grupo em silêncio: “Fazem a reciclagem?”.
Com a informação que está disponível na sociedade sobre a importância da reciclagem e a forma como deve ser feita, a resposta afirmativa a tal pergunta seria óbvia. Mas a verdade é que continuam a existir muitas dúvidas, e um descarte feito da forma errada pode impedir a reutilização de materiais e estar a contribuir para mais lixo – que era evitável.
Reunimos 12 mitos sobre reciclagem. Vamos esclarecê-los.
12 mitos sobre reciclagem
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É necessário lavar as embalagens antes de as colocar no ecoponto.
Se costuma limpar e lavar as embalagens antes de as colocar no ecoponto, não precisa de o fazer. Nos centros de triagem para onde o lixo é encaminhado, existem equipamentos com um sistema de lavagem que elimina vestígios de gordura, alimentos ou outros resíduos, como os rótulos. Fazer esta lavagem pode representar um gasto desnecessário de água em casa.
Recomenda-se, sim, que as embalagens sejam esvaziadas e espalmadas. Otimizar o espaço no ecoponto permite que mais resíduos sejam encaminhados para valorização de uma só vez, o que reduzirá os custos e as emissões associadas ao seu transporte.
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As tampas e as caricas devem ser colocadas no ecoponto separadamente da embalagem.
Para um descarte correto de tampas e caricas, deverá ter em conta as suas características. As tampas pequenas, com 5 cm ou menos, como é o caso das tampas de bebidas como iogurte líquido, leite ou sumo, devem ser recicladas juntamente com a sua embalagem – depois de espalmar as embalagens, deverá colocar novamente a tampa e depositar a embalagem completa no seu devido ecoponto (no caso destes três exemplos, o ecoponto amarelo). As tampas cuja dimensão é superior a 5 cm – por exemplo, as tampas de metal que vedam frascos de vidro – devem ser separadas e colocadas individualmente no seu respetivo ecoponto. Neste exemplo, o frasco iria para o ecoponto verde e a tampa para o ecoponto amarelo.
Na maioria das embalagens encontrará uma iconografia que indica onde deve ser colocada a embalagem e a sua tampa.
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As embalagens compostas por materiais diferentes não podem ser recicladas.
Atualmente, as embalagens são desenhadas e desenvolvidas para que tenham o mínimo de materiais possível – não só evita a emissão de mais resíduos e, por conseguinte, de mais gases com efeito de estufa, como facilita a reciclagem. Este princípio tem o nome de ecodesign. No entanto, caso se depare com uma embalagem composta por dois tipos de materiais e cuja indicação de descarte não está indicada – por exemplo, sacos do pão compostos por papel e plástico – deverá separar os vários tipos de materiais e colocá-los no ecoponto correspondente ou colocar a embalagem no ecoponto correspondente ao material predominante – nos centros de triagem, os equipamentos realizam esta separação.
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Se o lixo é encaminhado para um local onde é feita a separação, não preciso de o separar nos ecopontos.
Os resíduos colocados no ecoponto são encaminhados para centros de tratamento onde, efetivamente, é feita uma triagem mais minuciosa. No entanto, o processo é facilitado se os resíduos chegarem a estes centros já separados. Além disso, se todos os resíduos fossem colocados no mesmo saco, a reciclagem ficaria inviabilizada, por dois motivos. O primeiro é que a separação feita de forma cuidadosa não se aplica ao lixo comum, mas apenas aos materiais que podem ser reciclados; em segundo lugar, os materiais que podem ser reciclados ficariam contaminados com sujidade e outros resíduos.
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Pilhas, eletrodomésticos, óleos alimentares e cápsulas de café não têm ecopontos próprios.
Todos estes materiais podem – e devem – ser reciclados, e cada um tem o seu próprio ecoponto. Descubra os ecopontos disponíveis no Pingo Doce para este tipo de resíduos.
As pilhas e baterias contêm matérias-primas, como o aço e o níquel, que podem servir para a produção de novos metais. Os equipamentos elétricos, como lâmpadas e eletrodomésticos, são “limpos” de componentes perigosos ou nocivos, fragmentados, e podem ser incorporados em novos produtos.
É possível reutilizar cápsulas de café e borras como adubo, por exemplo. O óleo alimentar usado também pode ser transformado em sabonetes ou incorporado em biodiesel, em vez de ser encaminhado para aterros sanitários.
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Todo o papel e cartão pode ser reciclado, mesmo estando sujo.
Depois da última fatia de pizza, é hora de colocar a caixa no lixo. Sendo esta de cartão, poderá ir para o ecoponto azul, certo? Nem por isso. Todos os materiais de papel ou cartão que estejam sujos com gordura ou outros elementos orgânicos não podem ser colocados no ecoponto azul. Estamos a falar de caixas, guardanapos, papel higiénico, lenços, pratos de papel, fraldas ou papel autocolante que podem contaminar as outras embalagens no ecoponto, inviabilizando a reciclagem.
A caixa de pizza e outros materiais de papel ou cartão sujos devem ser colocados no lixo comum. Em alternativa, poderá separar as partes sujas da embalagem e colocar apenas a parte limpa no devido ecoponto. O papel vegetal que se usa para forrar um tabuleiro antes de ir ao forno, por exemplo, também não é reciclável.
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As caixas de takeaway não são recicláveis.
Depende. Se estas embalagens forem de plástico ou de alumínio, podem ser recicladas. Mesmo que estejam sujas, devendo ser colocadas no ecoponto amarelo. O mesmo já não acontece nas caixas de takeaway de papel ou cartão, pois a gordura, a sujidade e os restos de comida inviabilizam o processo de reciclagem destes materiais.
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As embalagens de leite devem ser colocadas no ecoponto azul.
Embalagens como as de leite, sumo ou natas são feitas de cartão revestido por plástico, o que significa que devem ser colocadas no ecoponto amarelo. O mesmo acontece com as tampas de papel plastificado de recipientes de takeaway, por exemplo.
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Os cabides e a esferovite são lixo indiferenciado.
Os cabides de plástico ou de metal, inteiros ou partidos, são recicláveis e devem ser colocados no ecoponto amarelo. O mesmo acontece com a esferovite. No ecoponto amarelo não podem ser colocados materiais como baldes de plástico ou escovas de dentes.
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Só as garrafas de vidro é que podem ir para o ecoponto verde.
Além das garrafas, há muitas outras embalagens de vidro que podem ser recicladas. É o caso dos frascos de verniz, de perfume ou de desodorizante, tal como os frascos de doce ou de feijão. Já pratos, copos, tabuleiros de vidro, lâmpadas e vidros de janelas não podem ir para o ecoponto verde.
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Mesmo que eu faça a separação do lixo, o camião da recolha mistura todos os resíduos.
Pode parecer que, quando o camião faz a recolha do lixo, todos os resíduos se misturam lá dentro. A realidade é que existem compartimentos no interior dos camiões de recolha que permitem que cada tipo de resíduo tenha o seu lugar, evitando misturas. Quando o camião chega ao centro de triagem, deposita os resíduos em áreas de tratamento distintas.
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Reciclar não faz assim tanta diferença.
Terminamos com um dos mitos sobre reciclagem mais comuns. Reciclar é importante para preservar os recursos naturais do planeta e para promover a economia. O tratamento de resíduos emprega milhares de pessoas e a separação entre lixo indiferenciado e reciclável reduz a quantidade de resíduos que são encaminhados para aterros sanitários ou que poluem habitats naturais. Desta forma, ao encaminhar os resíduos corretamente para os ecopontos, está também a contribuir para reduzir a emissão de gases com efeito de estufa e a proteger a biodiversidade. Reciclar evita ainda que sejam extraídos mais recursos naturais que entrem na produção de novos produtos ou embalagens.