Perda ou desperdício de alimentos? Descubra as diferenças.
Imagine um quilograma de arroz, de farinha ou de açúcar. Agora imagine 59 milhões de toneladas – são 59.000.000.000 kg. Tarefa difícil? É esta a quantidade de alimentos que, todos os anos, é desperdiçada na Europa, incluindo a produção primária, os serviços alimentares e os agregados familiares. No mundo, e de acordo com dados de 2022, são mais de mil milhões de toneladas de alimentos desperdiçados.
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Perdas de alimentos
Ocorrem durante as fases de produção, armazenamento, processamento e transporte. Por exemplo, quando uma colheita é danificada pelas condições meteorológicas ou quando um frasco de vidro com polpa de tomate se parte durante o transporte.
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Desperdício de alimentos
Acontece na fase de consumo, incluindo o retalho, os serviços de alimentação (como restaurantes e cantinas) e o consumo doméstico. Por exemplo, quando um iogurte vai para o lixo por ter passado da validade.
Que países europeus lideram o ranking de maior desperdício de alimentos?
Na União Europeia (UE), estima-se que são desperdiçadas 59 milhões de toneladas de alimentos todos os anos. Cerca de 54% deste “bolo”, ou seja, a maioria, foi gerada pelas famílias, em suas casas. Isto significa que, por ano, cada europeu produz cerca de 132 kg de resíduos alimentares – 72 kg destes alimentos são desperdiçados em casa.
Precisa de “digerir” estes dados? Saiba na infografia abaixo quais são os países da Europa com maior desperdício de alimentos.
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Desperdício de alimentos (pelos agregados familiares, em toneladas): Alemanha 6.288.851; Itália 5.904.668; França 3.944.000; Polónia 2.528.473; Espanha 1.434.726; Portugal 1.284.025; Grécia 914.011; Holanda 847.654; Bélgica 750.886; Chéquia 652.455. Fonte: Eurostat | Dados de 2022
O mapa ilustra o total de alimentos desperdiçados em cada país da União Europeia. Se olharmos para o desperdício alimentar com origem nos agregados familiares (as famílias representam mais de metade do total) e recorrendo ao desperdício por habitante, percebe-se que Portugal ocupa o pior dos lugares, o primeiro: em 2022, foram desperdiçados 123 kg de alimentos per capita em Portugal. O segundo lugar é ocupado pela Itália (100 kg per capita) e Malta surge logo depois (88 kg per capita). São números que ajudam a refletir sobre o que vai parar ao caixote do lixo lá de casa – e sobre o que pode ser feito para mudar esta realidade.
A nível mundial, em 2022 os três países onde houve mais desperdício alimentar com origem nos agregados familiares, foram a China (mais de 108 milhões de toneladas), a Índia (mais de 78 milhões de toneladas) e os EUA (mais de 24 milhões de toneladas). Uma das conclusões do Índice de Desperdício Alimentar de 2024 das Nações Unidas é que o desperdício alimentar não é exclusivo aos países mais desenvolvidos – o desperdício de alimentos per capita é semelhante quando comparamos países de rendimento alto, médio-alto e médio-baixo.
Quais os planos da Europa para reduzir o desperdício alimentar?
O impacto positivo de reduzir as perdas e o desperdício de alimentos tem várias dimensões. Melhorar a economia é um deles, já que reduzindo os custos relacionados com o desperdício alimentar, as famílias poupam dinheiro nas compras. Depois, melhora-se a saúde e combate-se a fome a nível mundial, através da disponibilização de alimentos seguros e de qualidade, e reduzem-se as emissões de gases com efeito de estufa, o que ajuda a combater as alterações climáticas. É por tudo isto que um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas é reduzir para metade, até 2030, o desperdício alimentar per capita.
Governos, instituições de ensino, empresas e consumidores têm um papel a desempenhar na concretização deste objetivo. Há um conjunto de regras na União Europeia que têm o propósito de reduzir o desperdício alimentar como, por exemplo:
- o incentivo à doação de alimentos;
- a maior clareza na apresentação das diferentes datas dos produtos (data de fabrico, de embalamento, de validade…);
- a valorização de resíduos alimentares para a alimentação de animais;
- a monitorização e avaliação dos progressos de cada país.
Conheça algumas das iniciativas do Grupo Jerónimo Martins
- São utilizados legumes e fruta “feios” em produtos como sopas, saladas e refeições prontas a comer, ou ainda na alimentação animal – entre 2015 e 2023 foram aproveitadas mais de 120.000 toneladas destes alimentos;
- São efetuadas doações de alimentos a instituições de solidariedade – só em 2023, foram doadas 19.000 toneladas de produtos alimentares;
- O projeto markdown disponibiliza produtos próximos da data de validade a preços mais baixos – entre 2019 e 2023, evitou-se o desperdício de 27 mil toneladas de alimentos.
Descubra mais sobre este tema e conheça as nossas dicas e receitas para reduzir o desperdício de alimentos.