Serão as máscaras as novas beatas ou pastilhas elásticas?
São imagens que se multiplicam, infelizmente: um pouco por todo o mundo são partilhadas fotografias e vídeos de ruas, passeios e jardins com luvas e máscaras de proteção descartáveis espalhadas por todo o lado, deixadas no chão após terem sido usadas.Também as praias e os oceanos estão a ser afetados pela falta de cuidado.
Quando não são encaminhados e tratados corretamente, os materiais de proteção já utilizados não só podem aumentar o risco adicional de contaminação e de contágio, como também agravam os níveis de poluição no ambiente. Todos os anos, cerca de oito milhões de toneladas de plástico acabam no mar, de acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza. Vamos mudar a tendência?
Diga não às máscaras e luvas no oceano
Apesar dos níveis de poluição terem diminuído como consequência do fecho de fábricas, menos viaturas a circular, aviões em terra e milhões de pessoas confinadas, a pandemia provocada pelo novo coronavírus colocou uma pressão adicional sobre a área da saúde e sobre as indústrias de material médico e de proteção individual.
Para responder rapidamente ao aumento da procura, os materiais de proteção disponíveis começaram por ser descartáveis. Nalguns casos evoluíram para alternativas reutilizáveis como as máscaras de proteção feitas de algodão ou fibras sintéticas: foram pensadas para proteger, reduzindo a necessidade de consumo de materiais.
Temos muitas vezes a tendência para diabolizar o plástico e fazer dele o inimigo número um do ambiente. Mas o problema não é o plástico em si, mas aquilo que fazemos com ele. Se não formos capazes de colocar o lixo no contentor respetivo ou se não nos desfizermos corretamente dos materiais de proteção (sejam feitos de plástico ou não) corremos o risco de aumentar os níveis de poluição nos solos, mares e oceanos. Os materiais acabam por se desfazer, fragmentar e infiltrar-se nos sistemas de águas pluviais – de onde vem a água que bebemos nas nossas casas.
As máscaras são recicláveis?
Grande parte dos materiais de proteção não são recicláveis. No entanto, mesmo que o sejam, não devem ser reciclados, de modo a evitar novos focos de infeção.
Onde colocar máscaras, luvas e outros materiais de proteção usados?
A forma correta de deitar fora materiais de proteção já usados, como luvas e máscaras, é colocá-los em dois sacos do lixo (um dentro do outro) que devem ser fechados e colocados no lixo comum. A Direção-Geral da Saúde recomenda ainda que não seja excedida 2/3 da capacidade do recipiente.
É ainda importante salientar que os sacos contendo resíduos potencialmente perigosos devem ser colocados dentro dos contentores de lixo indiferenciado – no chão nunca – pelo perigo de se rasgarem e o seu conteúdo acabar espalhado pela rua.
Como retirar máscaras e luvas de forma segura?
Colocar e retirar material de proteção usado deve ser feito com máxima atenção. Antes de mais, é necessário lavar e secar bem as mãos antes de colocar luvas ou máscaras. É ainda importante evitar tocar com as mãos nos olhos, nariz ou boca. Uma vez usados, não reutilize materiais de proteção descartáveis.
1 com uma das mãos, retirar a luva da outra mão; 2 segurar a luva removida com a mão enluvada; 3 colocar as luvas no lixo indiferenciado (não nos contentores de reciclagem); 4 lavar bem as mãos.
As luvas usadas devem ser retiradas de forma a tocar o mínimo possível na parte exterior com as mãos. A forma mais eficaz e segura é descalçar as luvas puxando-as pelos punhos, de forma a que fiquem viradas do avesso (com a parte interior e não contaminada virada para fora).
1 Lavar bem as mãos; 2 retirar a máscara segurando-a pelos elásticos; 3 colocar no lixo indiferenciado (não nos contentores para reciclagem); 4 lavar bem as mãos.
Em relação às máscaras, devem ser retiradas pelos atilhos, evitando tocar no interior, e descartadas imediatamente no lixo comum.