Fazer a nossa parte, pela biodiversidade
Em catorze letras cabe toda a vida na Terra: animais, plantas, fungos, bactérias e outros organismos. Um pequeno desequilíbrio num ecossistema pode ter grandes consequências. E é por isso mesmo que a biodiversidade tem de ser protegida e preservada.
Existem 42.100 espécies em risco de extinção
A Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) já conta com mais de 42.100 espécies em risco de extinção, representando 28% de todas as espécies avaliadas (das cerca de 8,6 milhões de espécies – plantas e animais – que se calcula existir na Terra, apenas perto de 2 milhões são conhecidas, existindo ainda cerca de 80% de espécies por descobrir).
O que se sabe é que, nos últimos 100 anos, mais de metade das espécies de animais desapareceram da face do planeta. Atualmente, e entre as espécies avaliadas pela IUCN, mais de nove mil estão consideradas “Criticamente em Perigo”, o que quer dizer que são espécies à beira de se encontrarem extintas na natureza. Já imaginou um planeta sem animais ou plantas?
De acordo com a Convenção sobre a Diversidade Biológica, a perda de biodiversidade está relacionada com cinco pressões sobre o ambiente:
- Perda e degradação de habitat;
- Alterações climáticas;
- Sobre-utilização de nutrientes;
- Sobre-exploração de espécies e habitats;
- Espécies invasoras.
Consequências da perda de biodiversidade
O impacto na extinção de espécies animais e vegetais é óbvio. Mas, o planeta é um sistema muito complexo, e todas as suas partes estão profundamente interligadas.
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A alimentação muda
Se não houver abelhas, fica em risco a polinização das plantas que fazem parte da nossa alimentação; sem renovação dos solos, a terra perde a capacidade de permanecer fértil; num sistema desequilibrado, o que a natureza proporcionava passa a ter de ser realizado de forma artificial.
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A economia sofre
Com a perda de biodiversidade e a consequente alteração no modo de subsistência das comunidades, todo o sistema económico é afetado, contribuindo para o desaparecimento de postos de trabalho e para o empobrecimento das populações.
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Aumenta o risco de doenças infeciosas
A destruição de habitats, o desaparecimento de espécies e o aparecimento de espécies invasoras torna os ecossistemas mais vulneráveis a doenças infeciosas e mutações dentro das mesmas.
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A natureza ganha força destruidora
Ao perder certos ecossistemas costeiros, ficamos mais expostos aos elementos naturais. Por exemplo, mangais e corais conferem proteção contra tsunamis e marés ciclónicas. Árvores mais resistentes ao fogo impedem a propagação de incêndios florestais.
Proteger a biodiversidade
O retrato da biodiversidade em Portugal, Polónia e Colômbia
Só em Portugal, das cerca de 3.000 espécies avaliadas pela Lista Vermelha da IUCN, mais de 300 são consideradas como “Ameaçadas” e “Criticamente em Perigo”, e mais de 200 encontram-se em “Estado Vulnerável”.
Neste momento, algumas das espécies criticamente ameaçadas em Portugal são a enguia europeia (Anguilla anguilla), a raia-oirega (Dipturus batis), o tubarão-martelo-recortado (Sphyrna lewini), o abibe-sociável (Vanellus gregarius), o maçarico-de-bico-fino (Numenius tenuirostris) ou a pardela-balear (Puffinus mauretanicus).
Na Polónia, das cerca de 1.700 espécies avaliadas, 49 estão ameaçadas ou criticamente em perigo, incluindo animais como a doninha europeia (Mustela lutreola), o hamster comum (Cricetus cricetus) ou a escrevedeira-aureolada (Emberiza aureola).
Na Colômbia, das mais de 13.000 espécies avaliadas, mais de 600 estão ameaçadas e quase 400 estão em situação crítica. O crocodilo-do-orinoco (Crocodylus intermedius), o macaco-aranha (Ateles hybridus), o macaco titi de Caquetá (Plecturocebus Caquetensis) ou o peixe-serra (Pristis pristis) são alguns dos mais ameaçados. No reino vegetal, há mais de uma centena de árvores, plantas e flores em risco.
Preservar a biodiversidade está nas nossas mãos
Conheça aqui algumas dicas para que possa preservar a biodiversidade.
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Apoie ou junte-se a associações de proteção da natureza
Já conhece a Liga para a Protecção da Natureza, a Quercus ou a WWF Portugal – Associação Natureza Portugal?
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Quando estiver a passear nos seus habitats, não incomode os animais selvagens, não deixe lixo e não faça poluição luminosa
Especialmente quando estiver a fazer turismo, caminhadas, ou a acampar. No exterior, use lâmpadas que não encadeiam e coloque-as viradas para baixo, uma vez que espécies noturnas como ratos, corujas e borboletas são muito sensíveis à iluminação artificial.
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Reduza a pegada ecológica
Há muitos gestos do dia a dia que nos ajudam a reduzir a pegada ecológica e, consequentemente, a retardar o aquecimento global. Junte-se ao desafio com estas 12 dicas para reduzir a pegada ecológica ao longo do ano.
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Consuma pescado de forma responsável
Tenha especialmente em conta as espécies de peixes ameaçadas, os seus tamanhos, origens e artes de pesca.
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Evite gastar água desnecessariamente
Recorra, sempre que possível, a água da chuva para regar o jardim ou às chamadas águas cinzentas (água da louça, banheira ou do chuveiro) para encher o depósito do autoclismo.
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Crie refúgios para insetos polinizadores
Siga o exemplo do município de Brent, localizado a noroeste de Londres, e plante flores silvestres no seu jardim para atrair abelhas e outros polinizadores.
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Elimine o uso de pesticidas químicos
No seu jardim, quintal ou horta escolha produtos que não prejudicam o meio ambiente nem poluem os solos.
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Tenha uma alimentação mais equilibrada
Opte por fazer uma alimentação variada e assente nos princípios da dieta mediterrânica, que privilegia frutas, legumes, grãos e leguminosas, ao invés da carne, do peixe e dos produtos processados.
Jerónimo Martins e a preservação da biodiversidade
Há várias instituições e iniciativas que o Grupo Jerónimo Martins tem vindo a apoiar e que visam proteger a biodiversidade. Conheça algumas delas.
O programa do Pingo Doce “Amar o Mar” tem como missão limpar as praias de Portugal e, em parceria com a associação Sailors for the Sea, limpar o fundo dos oceanos.
Em parceria com a Quercus, o Grupo Jerónimo Martins apoia desde 2014 o projeto de cidadania ambiental “SOS Polinizadores“, através do qual são realizadas ações de sensibilização acerca da importância da preservação das espécies polinizadoras (como é o caso das abelhas) e da biodiversidade junto de entidades locais, agricultores, apicultores, técnicos e público escolar.
Com o Jardim Zoológico de Lisboa, o Grupo é, desde maio de 2022, o orgulhoso padrinho do “Pingo”, um dos Pinguim-do-cabo que habitam o parque, cobrindo todas as suas despesas. Entre 2015 e 2022, este apoio foi dado ao lémure-de-cauda-anelada.
A floresta da Serra do Açor, devastada pelos fogos de 2017, tem o apoio do Grupo Jerónimo Martins, que investiu cinco milhões de euros para a sua reflorestação. Ao longo dos próximos 40 anos, esta iniciativa visa não só reflorestar, mas também preservar a Serra do Açor, através da plantação de espécies mais resistentes ao fogo.
Na Colômbia, o Grupo Jerónimo Martins e a ProAves criaram o Projeto de Proteção de Araras. Esta iniciativa contribui para a proteção de cinco espécies de araras na Reserva Florestal de Montes de Oca.
A Ara colabora ainda com a Biomma, para a plantação de árvores autóctones no distrito de Pereira, contribuindo para a recuperação do bosque nativo e para o consequente aumento de captura de CO₂ e libertação de oxigénio.
Na Polónia, durante o ano de 2021, a Biedronka, em parceria com a associação Czysta Polska (Polónia Limpa), procedeu à limpeza das montanhas Trata (em curso desde 2019), à recolha de lixo nas praias do Mar Báltico e ao financiamento da conservação das árvores mais antigas do país.
A Biedronka apoia também a Salamandra – Sociedade Polaca para a Conservação da Natureza, através do financiamento de projetos que visam proteger espécies ameaçadas, como o ouriço-cacheiro, o lobo, o lince, o bisonte europeu, o golfinho e a coruja pigmeu da Eurásia.
Agora que já sabe o que fazer para proteger a biodiversidade, vamos a isto?