Como aquecer a casa no inverno de forma sustentável

Quando o frio do inverno aperta, há um desafio para resolver: tornar a casa mais quente e confortável. De acordo com dados de 2020 do Eurostat, Portugal é o quinto país da Europa em maior risco de pobreza energética, ou seja, é o quinto país europeu que passa mais frio em casa e que mais dificuldades tem em aquecê-la.

Esta situação é-lhe familiar? Então, continue a leitura.

Aquecer a casa e os sítios onde passamos a maior parte dos dias são prioridades no inverno. Só que os sistemas de aquecimento mais comuns são pouco sustentáveis, a nível económico e ambiental.

Apesar de quase 70% da eletricidade gerada em Portugal ser proveniente de fontes renováveis, a utilização de combustíveis fósseis para o mesmo fim continua a ser uma realidade e as emissões de dióxido de carbono resultantes do seu uso contribuem para o aquecimento global. Há também consequências para o bolso das famílias, pois os custos da energia elétrica e do uso dos combustíveis fósseis (como o gás natural ou o gás de botija) são elevados.

Algumas soluções, sejam de baixo custo, simples e temporárias, ou mais permanentes, ajudam a aquecer a casa no inverno de forma sustentável.

Quer sentir diferenças imediatas? Siga estas dicas simples e práticas para aumentar o conforto da sua casa no curto prazo.

Os “chouriços” tapa portas são umas almofadas alongadas de tecido cheias de areia. Podem ser simples ou ter formas decorativas. Já os rolos são mais discretos, usando materiais como espuma de polietileno, algodão ou poliéster, e muito leves. Qualquer uma destas opções vai ajudar a bloquear entradas de ar frio e a manter a divisão onde se encontra mais quente. São eficazes e fáceis de instalar, pois basta colocá-los no chão junto à porta ou encaixá-los entre a porta e o soalho.

A grande maioria das pessoas recorre a aparelhos elétricos para aquecer a casa. E, embora seja uma solução imediata e eficaz, é também dispendiosa – porque a eletricidade é cara. Se os aquecedores elétricos são a sua única solução de momento, damos-lhe dicas para poupar energia.

1. Evitar termoventiladores e aquecedores a óleo

São os equipamentos mais baratos, mas também os que acabam por pesar mais na conta da luz. Têm uma eficiência reduzida, uma vez que aquecem o ar na sua proximidade, mas não de uma forma duradoura. Estes equipamentos devem ser usados de forma pontual e nunca deixados ligados por muito tempo, ou quando estiver fora de casa.

2. Usar a lareira ou a salamandra a lenha

Se a sua casa tiver lareira ou salamandra a lenha, aproveite o seu calor e conforto, tendo em conta todas as medidas de segurança. Certifique-se de que o fumo é extraído de forma correta e eficaz, e que a chaminé está limpa e desimpedida. Use lenha completamente seca, já que a lenha molhada gera mais monóxido de carbono ao ser queimada.

3. Investir numa salamandra a pellets ou num recuperador de calor

As salamandras a pellets funcionam de forma semelhante às salamandras a lenha, mas são mais práticas e eficientes. Os recuperadores de calor podem ser a lenha ou a pellets e, regra geral, são mais eficazes e mais seguros do que as lareiras. A desvantagem destas duas opções é o custo elevado dos equipamentos e da instalação – no entanto, a médio prazo acabará por compensar.

4. Combater a humidade em casa

Muito do frio sentido dentro de casa tem a ver com o seu elevado nível de humidade. Para evitar ter demasiada humidade em casa, considere usar um desumidificador de forma pontual durante o dia. Os desumidificadores consomem bastante eletricidade, mas retiram a humidade em excesso do ar (depositando água num reservatório) e, com o ar mais seco, é mais fácil aquecer a casa. E ainda pode usar a água recuperada no reservatório do desumidificador para regar plantas, por exemplo.

5. Escolher um aparelho de ar condicionado eficiente

O ar condicionado (AC) é um dos métodos de aquecimento elétrico mais eficiente a longo prazo, já que serve para aquecer a casa no inverno e para a refrescar no verão. Se a classificação de eficiência energética do aparelho de AC não for boa, este vai consumir em demasia e ter grandes emissões de dióxido de carbono associadas.

Como diz o ditado, mais vale prevenir do que remediar. E ter um bom isolamento em casa faz mesmo isso: evita que a casa fique fria e húmida, o que torna muito mais fácil manter o ambiente quente durante os meses de inverno. Mas um bom isolamento não se obtém com um simples estalar de dedos, é um investimento sério e que leva tempo. Esta é uma dica com uma perspetiva de longo prazo e, apesar de ser mais difícil colocar em prática no imediato, quanto mais cedo o fizer, mais confortável será o inverno seguinte.

• Janelas e portas: vidros duplos e caixilharia eficiente têm mais resistência térmica.
• Paredes: reforçar o isolamento das paredes de casa faz maravilhas nos meses frios. É uma opção dispendiosa e que requer intervenção profissional.
• Telhado: Um telhado com mau isolamento deixa sair o calor de dentro de casa e entrar muita humidade. Tem um custo elevado, mas vale a pena a longo prazo.

Se um bom isolamento é o primeiro passo, então o seguinte é apostar num sistema de aquecimento sustentável para aquecer a casa. Por exemplo, recorrer à energia solar. Tal como o isolamento, é uma solução que requer um investimento financeiro elevado e pode ser mais difícil de implementar. No entanto, considere o investimento neste tipo de equipamentos.

O sol, enquanto fonte de energia renovável, pode ser aproveitado para uso doméstico essencialmente de duas formas: através de painéis fotovoltaicos, que convertem energia solar em eletricidade, e através de painéis solares, que convertem energia solar em calor (energia térmica, que serve por exemplo para aquecer água). São tecnologias amplamente disponíveis para uso doméstico e a tendência é que ganhem relevância no futuro.