Chuchu, estás aí?
Chuchu, pimpinela, machucho, caiota… são muitas as alcunhas do príncipe asteca. O seu nome botânico é Sechium edule e, por mais estranho que possa parecer, pertence à mesma família do pepino, abóbora ou melão. Agora que já conhece a árvore genealógica do chuchu, acabaram-se as desculpas para o deixar de fora da sua alimentação.
Cinco séculos de história
Depois de cinco séculos de viagem, o chuchu tem uma bagagem cheia de histórias. Príncipe dos astecas e idolatrado pelos incas, é hoje adorado pelo seu sabor suave e baixo teor calórico, assim como pela diversidade de receitas em que pode ser incorporado.
Durante a época dos Descobrimentos, as viagens às Américas deram a descobrir não só terras, povos e culturas interessantes, como alimentos nunca antes vistos pelos europeus. Assim se desenrola a história do chuchu, introduzido na Europa durante os séculos XV e XVI.
O chayotli, como era chamado em nahuatl (a língua dos astecas), é originário da América Central – mais concretamente das regiões onde hoje estão México, Costa Rica e Panamá. Daí viajou para a Europa, de onde foi levado para o resto do mundo. Atualmente faz parte da gastronomia de países tão diversos e distantes como o Brasil ou a Indonésia. Ancorou também em Portugal – em particular no arquipélago da Madeira, onde é conhecido como pimpinela, sendo um ingrediente muito importante na cozinha local.
Chuchu: Legume ou fruta?
Tecnicamente é uma fruta, mas é tratado como um legume – tal como acontece o tomate. A sua forma e sabor podem confundir à primeira vista, já que parece uma pera, mas tem um sabor muito suave que faz lembrar o do pepino.
O chuchu tem uma casca verde, podendo ir desde o verde-esbranquiçado até ao verde-escuro. A casca pode ser perfeitamente lisa e suave, ou conter alguns espinhos, enquanto a polpa é normalmente branca ou amarelada. Contém um único caroço, que faz lembrar o do abacate. A variedade mais popular é a que apresenta casca lisa de cor verde-claro.
Benefícios do chuchu
Apesar de ser fácil ter acesso a alimentos fora da época, o chuchu pode ser consumido durante todo o ano, já que se conserva relativamente bem e pode ser cultivado sempre que haja temperaturas amenas.
A sua crescente popularidade deve-se ao seu baixo teor em calorias e ao elevado teor de nutrientes: é fonte de zinco e vitaminas do complexo B. Além disso, podem-se consumir as folhas, os rebentos e as raízes, ricos em vitaminas B e C e sais minerais.
Um lugar em cada gastronomia
A forma mais comum de comer chuchu é na sopa. Mas esta não é nem de perto nem de longe a única maneira de usá-lo na cozinha.
Na Madeira, é muito apreciado cozido com feijão, batatas ou milho, para acompanhar pratos de peixe ou carne. Se der uma olhadela num livro de receitas da América do Sul, poderá descobrir que é frequentemente saboreado panado e frito. Se preferir comida asiática, incorpore-o num delicioso chop suey ou num caril aromático. Se tiver mestria na cozinha, experimente-o num suflé. Se não se arrisca a tanto, marine-o em sumo de limão ou lima e incorpore-o numa salada, para um toque diferente num prato saudável.
Mas tenha atenção, o chuchu é extremamente sensível: pode ficar pisado se cair ao chão ou se for transportado sem o devido cuidado.
Não sabe o que fazer com chuchu?
Experimente-o num sumo refrescante ou num creme de agrião, extremamente saudáveis.