Prato do dia: aditivos alimentares

Alguma vez se perguntou porque é que certos muffins de mirtilo têm uma cor mais intensa do que os que faz em casa? Ou como é que o pão de forma embalado se mantém no mesmo estado durante tanto tempo, comparado com o pão fresco? A resposta está explicada no rótulo.

Taça com bolachas sobre pano de serapilheira.

Embora possam ser encontrados numa grande variedade de alimentos, os aditivos alimentares são particularmente comuns em produtos embalados e mais processados como refeições instantâneas, bolachas, refrigerantes, charcutaria ou molhos.

Tal como o nome indica, são substâncias adicionadas de forma intencional aos alimentos nas fases de produção, processamento, embalagem ou armazenamento. O objetivo não é só apelar aos sentidos – também promovem a segurança alimentar. Os aditivos alimentares podem melhorar a aparência, o sabor, a textura, a consistência, a cor ou o aroma dos alimentos, e também servem para travar fungos, bactérias e outros microrganismos que podem afetar a segurança e qualidade dos produtos.

Os conservantes, por exemplo, são aditivos que prolongam o prazo de validade dos produtos, contribuindo para alimentos disponíveis e seguros durante mais tempo.

Já os intensificadores de sabor, são usados para dar a ilusão de um sabor. A sua eliminação é benéfica, uma vez que o produto deixa de ter este aditivo desnecessário, e passa a integrar ingredientes que, além de sabor, também conferem valor nutricional.

Como distinguir os aditivos alimentares?

A União Europeia identifica 27 tipos de aditivos alimentares. Os aditivos mais comuns são os seguintes:

  • Corantes: restituem, reforçam ou acrescentam cor aos alimentos;
  • Conservantes e antioxidantes: ajudam a prolongar o tempo de vida dos produtos, protegendo-os contra microrganismos, no caso dos conservantes, e da oxidação, no caso dos antioxidantes;
  • Edulcorantes: utilizados para conferir um sabor doce aos alimentos;
  • Aromas e intensificadores de sabor: promovem um determinado sabor;
  • Emulsionantes, estabilizadores, espessantes e gelificantes: atuam na textura dos alimentos.

Os aditivos alimentares estão listados nos rótulos das embalagens, identificados pela letra E. O número que surge logo a seguir corresponder à sua categoria.

Ou “E” ou não “E”

Os famosos E são códigos de referência da União Europeia para aditivos alimentares e estão presentes nos rótulos da seguinte forma:

Códigos de referência e respetivos aditivos alimentares
Código Tipo de aditivo
E-1xx Corantes
E-2xx Conservantes
E-3xx Antioxidantes e reguladores de acidez
E-4xx Espessantes, estabilizadores, gelificantes e emulsionantes
E-5xx Antiaglomerantes
E-620 a E-635 Intensificadores de sabor
E-420; E- 421;
E-950 a E-969
Edulcorantes
E-1xxx Outros aditivos

Aditivos alimentares: será que menos é mais?

Quando são o resultado de um processo químico, os aditivos alimentares são designados como sintéticos, ou “artificiais”. Apesar da sua conotação negativa, são regulados por entidades oficiais (em Portugal a autoridade competente é a ASAE) podendo ser reavaliados se surgir alguma suspeita sobre serem inócuos.

Todos os aditivos usados na União Europeia foram devidamente autorizados (os tais identificados pela letra E), depois de ter sido previamente provada a sua necessidade e segurança.

Risotto de beterraba em tigela, com pedaços de requeijão e coentros.

Também é possível obter aditivos comuns a partir de fontes naturais como frutas, legumes, especiarias, plantas ou minerais. Estas opções são cada vez mais adotadas na produção de alimentos e também podem ser utilizadas em casa. Por exemplo, fazer um bolo verde utilizando espinafres, experimentar um risotto cor-de-rosa adicionando beterraba ou dar um tom de laranja ainda mais forte à sopa de cenoura com o uso de curcuma.

Costuma-se dizer que “os olhos também comem”. No entanto, a alimentação será tanto mais benéfica para a saúde quanto menos rica em alimentos ultraprocessados for. Depois da primeira impressão – ou seja, depois de deixar os olhos comerem –, é importante escolher alimentos que, mesmo não sendo “capa de revista”, podem ter uma resposta nutricional mais adequada às suas necessidades. Leia com atenção o rótulo e, quando possível, opte por produtos com uma lista reduzida de aditivos alimentares. Como sempre, o segredo está no equilíbrio. Dê preferência aos alimentos frescos, que devem ser a base da alimentação diária.

Quer receitas sem aditivos alimentares? Temos 5 sumos 100% fruta e 6 snacks saudáveis.

Pingo Doce: Marca Própria sem intensificadores de sabor e sem corantes artificiais

São várias as iniciativas que o Grupo Jerónimo Martins tem levado a cabo para promover a saúde pela alimentação. Em setembro de 2023, o Pingo Doce concluiu o processo de eliminação de todos os intensificadores de sabor e corantes artificiais nas suas marcas próprias, tornando-se o primeiro retalhista português a deixar de utilizar estes aditivos alimentares na totalidade dos seus produtos.

Por exemplo, o Gelado Azul Pingo Doce, que sabe a marshmallow, tem um corante natural que lhe confere cor: espirulina azul!